Para os aficionados em carbono, eis uma boa matéria que põe
em cheque, ou pelo menos em dúvida, essa suposta superioridade dos quadros de
carbono em relação aos de alumínio. A matéria foi publicada pela renomada revista
Cycling Weekly.
Segundo a matéria “as ligas podem representar o renascimento de
bicicletas de alumínio depois dele ser empurrado para fora do centro das atenções
pela fibra de carbono”.
O fato é baseado em algumas quebras do paradigma atual. Por exemplo,
“se dermos uma olhada na lista de bicicletas de estrada top de linha, de vários
fabricantes, você notará uma esquisitice: a Specialized S-Works Allez, por
exemplo, é uma máquina que vem equipada com uma lista de componentes de
especificações de dar água na boca, que inclui um grupo Shimano Dura Ace Di2 e
rodas de carbono Roval Rapide e custa R$ 34 mil. Até agora tudo certo, mas há
um detalhe: o quadro não é feito em fibra de carbono e sim em alumínio”, e outros
fabricantes como a Cannondale e a Canyon també têm road bikes top de linha em alumínio.
O apelo para o uso de fibra de carbono na fabricação de
quadros para bikes reside no fato que ele permite um quadro leve e, se
construído com cuidado, a bike pode ser lateralmente rígida e verticalmente complacente.
Aqui vale uma explicação. A rigidez dita no artigo se refere a capacidade de
resistir melhor às torções laterais, o que torna a bike mais estável em curvas.
Já o que é chamado de complacência vertical é a capacidade do quadro de
absorver os impactos verticais gerados pela passagem da bike sobre obstáculos e
pequenas deformidades no asfalto, o que é excelente para uma road bike, já que
ela não dispõe de amortecedores para tanto (pelo menos a maioria), o que gera um
maior conforto para o ciclista. Essa segunda característica é inerente a
capacidade de flexibilidade gerada pela fibra de carbono. Outra coisa é que os
quadros em fibra de carbono não têm soldas em suas junções e por isso dão ao
quadro uma suavidade nas linhas, como se o quadro fosse uma peça só, o que é
muito vistoso e bonito.
Mas o que aconteceu na última década que pode mudar um pouco
esse cenário? A tecnologia atual permite moldar, formar e montar quadros de alumínio
de uma forma jamais vista. Hoje os quadros em alumínio, em suas junções, são
tão lisos e suaves como os de carbono. Outro ponto é o peso. Há ligas de alumínio
que podem serem usadas na manufatura de quadros tão leves quanto os de carbono,
como alguns que alcançaram a marca magica de apenas 1 kg. Como as ligas de alumínio
não possuem muita elasticidade à deformação, os quadros feitos com essas ligas são
rígidos à torção. Por fim, o preço. A liga de alumínio é muito mais barata e fácil
se ser manipulada que a fibra de carbono. O único ponto contra os quadros de alumínio,
se acompanhou a narrativa até aqui, seria a falta de complacência vertical. Mas
para resolver esse problema, muitos fabricantes têm usado garfos, guidões e
canotes de selim de fibra de carbono para absorver os impactos verticais, bem
como têm equipado as suas bikes de alumínio com rodas em fibra de carbono com
pneus mais largos e altos (25 mm em vez de 23 mm). Uma vantagem do quadro construído
em alumínio é que ele resiste a impactos diretos que poderiam fraturar, ou
quebrar, os de fibra de carbono, e dessa forma, caso haja necessidade de
concerto da estrutura, é mais simples e fácil consertar o alumínio que o
carbono. Além disso, a maioria dos quadros de carbono só suportam um peso, ou
pelo menos é uma indicação de sus fabricantes, de até 90 kg enquanto os de alumínio
podem até 120 kg. Talvez por isso os quadros de alumínio ainda tenham os seus
dias de gloria de volta, como quando eles substituíram os de cromo-molibdênio das
décadas de 70-80. A matéria original pode ser acessada neste link
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