segunda-feira, 13 de julho de 2015

Um quadrilátero amoroso diferente

Bom, primeiramente quero dizer que sou casado há 11 anos com minha esposa, uma mulher que tem uma importância incomensurável na minha vida, temos um lindo filho de 5 anos e sou uma pessoa muito feliz. Entretanto, de uns tempos para cá, tenho sido infiel. Há mais ou menos 6 meses, estou tendo um caso extraconjugal, na verdade não estou em um triangulo amoroso e sim em um quadrilátero amoroso: tenho duas amantes! A coisa está ficando complicada, por isso resolvi desabafar. Ter um (dois) caso(s) não significa que deixei de amar a minha esposa, na verdade amo-a muito, muito mais agora, sobretudo pelo fato de ela ter conhecimento das minhas duas amantes e estar aceitando o fato da melhor maneira que ela consegue. Sei que não é fácil para ela essa situação, mas eu não posso evitar, amo minhas amantes tanto quanto minha esposa e não consigo larga-las. Tudo começou de repente e apesar de eu haver planejado isso há algum tempo, só agora é que as coisas estão afetando a minha vida. Durmo pouco, estou sempre a mil, olhando pro relógio o tempo todo, perdi peso, enfim tem sido agitado. O problema não é manejar um relacionamento duplo, o problema é quando se tem que administrar um relacionamento triplo, quadruplo, e assim por diante. Como eu consigo? É difícil! Para começar, vou explicar como é minha semana. Durante a semana acordo muito cedo, antes de o sol nascer, e saio de fininho para não acordar minha esposa. Me troco e saio para encontrar com a Rebeca. A Rebeca é minha queridinha dos dias de semana. Rebeca é linda! Ela é magra, bem esguia, de família renomada, requintada, uma típica menina da cidade grande. Apesar de toda a sua meiguice e beleza ela adora uma rapidinha e tem que ser assim mesmo, pois eu tenho pouco tempo para ficar com ela durante a semana e nossos encontros são relativamente rápidos, mas intensos. Uma coisa que as três (amantes + esposa) têm em comum é que elas são muito duras comigo e me põem para suar a camisa para agradá-las, sobretudo a Rebeca que quer que eu seja breve, mas vigoroso em nossas incursões. Volto para casa suando e tão de fininho como saí, eu entro em casa, tomo um banho e me troco novamente para ir com minha esposa para o trabalho. Daí por diante meu dia é igual a de todos os outros: deixar filho na escola, trabalho, pegar o filho na escola, almoço, trabalho, voltar para casa, jantar e ir dormir, pois na outra manhã...tudo novamente. Assim é minha semana até o sábado, é aí onde a rotina muda. O fim de semana pertence a Scarlett. A Scarlett é uma belezura: ruiva, alta, sempre bem vestida, cheia de adornos, de família abastarda e renomada, com características diferentes de Rebeca. Enquanto Rebeca é fina, sofisticada e requintada (só gosta do ambiente urbano, asfalto, tudo limpinho), Scarlett adora uma sujeira. A Scarlett gosta mesmo é de me levar pro mato, de me levar para as moitas. Enquanto Rebeca é esguia e gosta do silencio, Scarlett é bem mais corpulenta, aconchegante e adora uma bagunça, de ficar pulando, me sujando, coisas do gênero. Talvez seja por isso que amo as duas, são tão diferentes e se completam, me completam. Como eu disse no início, a vida não está fácil para mim. Minha esposa reclama muito, pois segundo ela, eu dou muito mais atenção para as outras duas. Teve uma briga, recentemente, aqui em casa, por conta de presentes. Minha esposa diz que eu gasto muito com elas e vive me cobrando mais atenção e presentes. Outro dia o foco da discussão foi sobre lubrificantes. Inventei de contar para a minha esposa sobre as últimas compras para a Scarlett: “lubrificante pra frente, lubrificante pra trás, lubrificante seco, lubrificante úmido...que tanto lubrificante é esse?!” Eu fico até sem ter o que dizer. O pior é que eu não sou o único com esses problemas, tenho um monte de amigos na mesma situação. Coitados. Quando nos encontramos, é um muro das lamentações. Tem uma esposa, de um amigo meu, que já ameaçou cortar ao meio, com uma serra, a amante dele. Outro amigo me perguntou se eu poderia esconder a sua segunda amante aqui em casa, me pediu para dizer a sua esposa que ela era minha amante, mas disse a ele que se minha esposa me pega com uma terceira é o meu casamento que acaba. Outro dia, a amante de um outro amigo, que por sinal é prima da minha Scarlett, pegou tão pesado com ele, que o arrebentou todo e eu é que tive que levá-lo em casa, todo estropiado, e falar sobre o ocorrido com a esposa dele. Mas o fato é que somos cada vez mais, com esposas cada vez mais irritadas, vivendo essa “vida loca” e vivendo perigosamente. Brincadeiras à parte, a vida de um ciclista tem dessas coisas. Nós nos divertimos muito com nossas magrelas e as vezes ficamos tão envolvidos que nos tornamos meio obcecados, mas é tudo por causas nobres: saúde, vida, contato com a natureza, autoconhecimento, quedas, tombos, superação, sonhos, conquistas, derrotas e muito mais. Pouco a pouco, esperamos que cada uma de nossas esposas participem mais, nos acompanhem mais, curtam as nossas aventuras, se aventurem mais conosco. Essa é uma brincadeira boba, espero que ninguém se magoe, mas o amor é verdadeiro. Venha amar esse esporte também. Até mais.

Abaixo, fotos de minha Scarlett (esquerda), minha esposa (centro) e Rebeca (direita).




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