domingo, 31 de maio de 2015

Giro D’Italia 2015 – 21ª Etapa: o grande finale


Hoje foi o fim da primeira prova de três semanas do World Tour da UCI, o Giro D’Italia 2015 acabou! A 21ª etapa, mais um desfile que uma etapa, de Torino até Milano (Milão, para nós), com 185 km, plana, sem sobressaltos, tudo tranquilo. Os únicos pontos que ainda estavam na mesa eram os pontos vermelhos, sobretudo para quem passasse a linha final em primeiro. Os ciclistas que estavam disputando a maglia rossa, Nizzolo, Viviani, Modolo, Gilbert, todos no pelotão até o final da etapa, nem tiveram a chance de lutar por esses pontos devido a um vacilo do pelotão: deixaram a fuga fugir! Melhor para o Iljo Keisse, Luke Durbridge e Roger Kluge que terminaram a etapa nesta ordem. No final tivemos o Alberto Contador (Thinkoff-Saxo) como grande campeão, vestindo a maglia rosa pela última vez. Giacomo Nizzolo (Trek Factory Racing) ficou com a maglia rossa (1° na classificação por pontos), Giovanni Visconti (Movistar) ficou com a maglia azzurra (1° na classificação de montanhas) e Fabio Aru (Astana) ficou com a maglia bianca (1° classificação geral menor que 25 anos). 


Foto: Luk Benies / AFP


sábado, 30 de maio de 2015

Giro D’Italia 2015 – 20ª Etapa


Hoje foi, praticamente, a última etapa do Giro 2015. A 20ª etapa, de Saint-Vicent até Sestriere, com 196 km, dificuldade 4 estrelas (difícil), com 2/3 da etapa praticamente plano e com duas montanhas no final. Mais uma vez a equipe Astana foi tecnicamente impecável, a tática foi perfeita. No início da subida do Colle Delle Finestre, Mikel Landa atacou, se destacando do grupo de ciclistas que lideravam a etapa, que incluíam Aru, Contador, Hesjedal, Uran e Kruijswijk, quebrando esse grupo em dois.
Depois foi a vez de Aru liderar um segundo ataque, que surpreendentemente deixou Contador para trás, pela primeira vez no Giro. Agora eram três grupos à frente: Landa e Kruijswijk, seguidos de Aru, Hesjedal e Uran, e lá atrás, sozinho, o Contador. Landa chegou a abrir 58” do grupo de Aru e 1’:40” de Contador, mas o fato de estar de cara pro vento, sem a ajuda de Kruijswijk na escalera, e seu capitão estar à frente de contador com uma certa vantagem o fez esperar. Assim, Landa abriu mão de uma chance de vencer a etapa em favor de seu capitão. Logo só haviam dois grupos Aru, Landa, Kruijswijk, Hesjedal e Uran, e um pouco atrás, 1’:30”, um solitário Contador. Faltando um pouco mais de 3 km para o final da etapa, Aru ataca e segue na frente até a linha de chegada, comemorando muito a sua segunda vitória consecultiva.
Quase 2 min depois chega o Contador, comemorando timidamente a sua vitória do Giro, pois ainda lhe restam 2’:02” de vantagem em relação ao Aru, segundo colocado na geral, e amanhã será apenas um passeio até Milão, onde termina o Giro D’Italia 2015. Mas só acaba no final. A classificação geral fica assim: Alberto Contador (Thinkoff-Saxo) veste a maglia rosa (1° na classificação geral, Giacomo Nizzolo (Trek Factory Racing) veste a maglia rossa (1° na classificação por pontos), Giovanni Visconti (Movistar) veste a maglia azzurra (1° na classificação de montanhas) e Fabio Aru (Astana) veste a maglia bianca (1° classificação geral menor que 25 anos). Amanhã temos a última etapa. Até lá.


Giro D’Italia 2015 – 19ª Etapa

Ontem foi o dia da “Etapa Rainha” do Giro 2015. A etapa rainha é àquela considerada, geralmente, a mais dura das etapas de um giro, àquela que mais testa os competidores. A 19ª etapa, de Gravellona Toce até Cervinia, com 236 km, dificuldade 5 estrelas (muito dura), com duas metas de Sprint (nas marcas de 106 km e 144 km) e nada mais nada menos que 4 montanhas, a primeira categoria 3 e as três últimas categoria 1, com o final no topo da última. Essas montanhas foram muito duras e decisivas para a etapa e a classificação de montanhas e geral. A extensão das três foi superior a 55 km, com inclinações médias sempre na marca de 8% (com máximas de 13% em alguns pontos). Houveram pequenas e curtas fugas do pelotão, para a disputa dos pontos azuis, mas o pelotão estava sempre controlando de perto todas elas.
O Contador subiu junto de Aru e Landa, sempre marcando de perto seus oponentes principais na classificação geral. A Astana fez, mais uma vez, um trabalho majestoso e extremamente tático para pôr Aru e Landa na frente. A Thinkoff é como se não existisse, Contador depende apenas de si nas etapas de montanha, pois ninguém de seus gregários consegue acompanha-lo nas subudas. Landa, apesar de estar superior a Aru neste Giro, não deu tudo de si, ficando com o Contador todo tempo e Contador ficou marcando Landa, não permitindo que seus ataques fossem produtivos. Aqui temos algo interessante, Landa poderia subir mais rápido que Aru, Contador poderia acompanhar o Landa, deixando Aru pra trás, mas o Landa não o faz para favorecer o seu capitão (Aru) e o Contador também não,
pois quem está mais próximo dele na classificação geral é o Landa e não o Aru. Se Contador atacar ele levaria o Landa junjo dele, assim, os dois ficaram contando os passos, ficando aquém de suas
capacidades, enquanto a Aru ficou livre para ganhar a etapa. Aru comemorou muito e intensamente. Tirou um peso de suas costas, pois ele não ganhará o Giro (provavelmente), mas pelo menos ganhou a etapa rainha e lavou a alma. A classificação geral fica assim: Alberto Contador (Thinkoff-Saxo) veste a maglia rosa (1° na
classificação geral, com Aru de volta ao 2º lugar, Giacomo Nizzolo (Trek Factory Racing) veste a maglia rossa (1° na classificação por pontos), Giovanni Visconti (Movistar) veste a maglia azzurra (1° na classificação de montanhas) e Fabio Aru (Astana) veste a maglia bianca (1° classificação geral menor que 25 anos). Se aproximando do fim do Giro 2015, faltam apenas hoje e amanhã.








sexta-feira, 29 de maio de 2015

Expedição "Ponto G": novo vídeo editado

Já postei, em 19/05/2015, data significativa para mim, uma matéria sobre a nossa expedição intitulada “Expedição Ponto G”, onde o desafio foi chegar, com precisão, a uma coordenada geográfica: Sul (S) 9°00’000” e Oeste (W) 41°00’000”. Tiramos muitas fotos e fizemos alguns vídeos, mas não havia editado nada ainda. Então aqui está um vídeo editado dessa nossa aventura. A matéria completa pode ser encontrada, na integra, aqui no Blog, sob o título: A expedição ao Ponto G. Aproveitem.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Giro D’Italia 2015 – 18ª Etapa

A 18ª etapa, de Melide até Verbania, com 170 km, dificuldade 3 estrelas (média), com os primeiros 2/3 relativamente planos, com duas metas de Sprint (nas marcas de 81 km e 101 km), mas com uma montanha, categoria 1, o Monte Ologno, aos 124 km. Logo no início da etapa, formou-se uma fuga com 12 ciclistas que disputavam os pontos vermelhos acirradamente. Um pouco antes do início da subida do Monte Ologno, houve uma queda coletiva, em um ponto estreito e com curvas fechadas, que separou o pelotão em dois. A subida do Monte Ologno foi sensacional. Essa montanha tinha 10,4 km de extensão e inclinações médias entre 8,9% a 9,2% (com máxima de 13%) e foi uma boa oportunidade para os escaladores imporem seu ritmo. O Contador fez uma bela subida, com arrancadas de tempos em tempos, deixando muitos para trás e ampliando sua vantagem em relação ao segundo colocado na classificação geral.
Após o cume da montanha ter sido alcançado, seguiu-se uma descida muito rápida e técnica até a meta final. Melhor para o Philippe Gilbert (BMC) que faturou mais essa etapa, seguido de Francesco Bongiorno (Bardiani) e Sylvain Chavanel (IAM cycling). Alberto Contador terminou em 12 lugar, mas devido a sua regularidade, de etapa a etapa, ampliou sua vantagem na classificação geral. A classificação geral fica assim: Alberto Contador (Thinkoff-Saxo) veste a maglia rosa (1° na classificação geral, Giacomo Nizzolo (Trek Factory Racing) veste a maglia rossa (1° na classificação por pontos), Steven Kruijswijk (Rabobank) veste a maglia azzurra (1° na classificação de montanhas) e Fabio Aru
(Astana) veste a maglia bianca (1° classificação geral menor que 25 anos). Se aproximando do fim do Giro 2015, apenas se algo de muito ruim ocorrer a vitória fugirá das mãos do Alberto Contador, mas vamos aguardar, pois há muito o que se pedalar. Amanhã tem mais.













Assistam o documentário sobre o desafio do ciclista Cláudio Clarindo em ir do Rio até São Paulo, pedalando 600 km em 24 h sem parar


Airbag para ciclista: um tipo diferente de proteção


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Giro D’Italia 2015 – 17ª Etapa

A 17ª etapa, de Tirano até Lugano, com 134 km, dificuldade 1 estrela, fácil, era uma oportunidade para os sprinters que ainda estavam no Giro 2015, como os ciclistas Sasha Modolo (Lampre-Merida), Giacomo Nizzolo (Trek Factory Racing), Giacomo Berlato (Nippo-Vini Fantini), Elia Viviani (Sky) e outros. As fugas formadas por esses ciclistas não se distanciaram muito do pelotão, apenas o suficiente para faturarem os pontos “vermelhos” (alusão a maglia rossa, que é disputada por pontos), pois o pelotão controlou de perto todas as fugas, pelo menos até o final da etapa. Havia apenas uma montanha, categoria 3, o Teglio, logo no início da etapa, e duas subidas não categorizadas nos quilômetros finais, mas terminada essa última subida era uma descida, muito técnica, cheia de curvas fechadas, até o final da etapa que era plana. A equipe Lampre-Merida fez um belo trabalho
no final da etapa levando o Sasha Modolo à vitória, depois de um Sprint de tirar o fôlego. A classificação geral fica assim: Alberto Contador (Thinkoff-Saxo) veste a maglia rosa (1° na classificação geral), dessa vez com Mikel Landa (Astana) em segundo, Giacomo Nizzolo (Trek Factory Racing) veste a maglia rossa (1° na classificação por pontos), Steven Kruijswijk (Rabobank) veste a maglia azzurra (1° na classificação de montanhas) e Fabio Aru (Astana) veste a maglia bianca (1° classificação geral menor que 25 anos). Amanhã tem mais.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Giro D’Italia 2015 – 16ª Etapa

Começou a última semana decisiva do Giro 2015 e ela começau em grande estilo. A 16ª etapa, de Pinzolo até Aprica, com 174 km, dificuldade 5 estrelas, dificuldade alta, etapa duríssima, com nada mais nada menos que 5 montanhas. Na verdade, a largada já foi no início da primeira montanha, o Campo Carlo Magno, categoria 2, com extensão de 13 km até o topo, essa aqui só para esquentar. A segunda montanha, Passo Del Tonale, categoria 2, com extensão de 15 km até o topo e inclinação média de 3,3-6,6% (máxima de 10%), essa aqui já deu uma selecionada nos ciclistas que teriam chance de chegar na frente nesta etapa.
Para “descansar” um pouco, os ciclistas subiram o monte Aprica, uma montanha menor e menos dura, categoria 3, com 14 km de extensão, com inclinações médias de 1,2% até 11% (máxima de 15%). Aqui uma curiosidade, o monte Aprica seria escalado duas vezes, seria a 3ª montanha a ser subida e a última (chegada), pois a organização escolheu um caminho que dá uma volta nessa montanha. Há uma associação entre a ideia de ir para o inferno e a palavra ‘descer’, mas aqui esses ciclistas incríveis vão para o inferno subindo, pois eis que surge o monte Passo Del Mortirolo, uma montanha categoria 1, com 12,8 km, com inclinações médias variando entre 9,2-12,2% (máxima de 18%) que separou os homens dos meninos.
Quem eram os homens? Eram eles Mikel Landa (Astana), Steven Kruijswijk (Rabobank), Alberto Contador (Thinkoff-Saxo), Yuri Trofimov (Katusha), Andrey Amador (Movistar), Ryder Hesjedal (Cannondale-Garmin), Fabio Aru (Astana), Damiano Caruso (BMC), Leopold Konig (SKY) e Carlos Betancur (AG2R). Após a seleção natural, Contador (mais uma vez sozinho, sem ninguém para ajudar), Aru e seu gregário Mikel Landa se tornaram ‘a fuga’, liderando a etapa, mas no início da subida dessa montanha duríssima, o pneu do Contador furou e Aru e Landa assumiram a ponta.
Contador, após a troca do pneu, que ficou quase um minuto para trás, imprimiu um ritmo insano de subida, atacando intermitentemente a montanha, e alcançando Aru e Landa antes do fim da subida. Não só isso, ele continuou a subir de forma brutal a montanha deixando Aru para trás. Landa, que até aqui se mostrou superior ao Aru, mesmo esse último sendo o capitão da equipe, deve ter recebido o sinal verde da equipe (pelo rádio) para largar Aru para trás e tentar ganhar a etapa e foi exatamente isso que ele fez. Contador, muito provavelmente já cansado pelo ritmo forte de recuperação, após o furo de pneu, não conseguiu acompanhar Landa e ficou junto de Steven Kruijswijk até o final, terminando em 3º colocado a etapa.
Aru perdeu muito tempo e não só isso, perdeu a segunda colocação na geral justamente para o Landa, ficando cada vez mais longe da maglia rosa. Pela franca demonstração de estar melhor que o Aru, não só nessa etapa mais nas ultimas três, o Landa deve (pelo menos é a lógica aqui) assumir o posto de capitão da Astana nesse Giro. A classificação geral fica assim: Alberto Contador (Thinkoff-Saxo) veste a maglia rosa (1° na classificação geral), Elia Viviani (Sky) veste a maglia rossa (1° na classificação por pontos), Steven Kruijswijk (Rabobank) veste a maglia azzurra (1° na classificação de montanhas) e Fabio Aru (Astana) veste a maglia bianca (1° classificação geral menor que 25 anos). Amanhã é uma etapa mais leve, com 134 km e apenas uma montanha categoria 3, logo no início. 



segunda-feira, 25 de maio de 2015

Dicas: conheça a sistemática de treino por Sobrecarga Progressiva

Conheça agora a sistemática de treino por Sobrecarga Progressiva por Cadu Polazzo. O paulista Carlos Eduardo Polazzo Machado, mais conhecido como Cadu, é um dos treinadores mais respeitados do cenário nacional. É Mestre em Fisiologia do Exercício e Treinamento Esportivo, com diversos artigos nacionais e internacionais. Cadu é diretor da BR ESPORTES - Treinamento Inteligente; que oferece seu atendimento personalizado para os mais variados atletas, em especial, o ciclismo e triathlon.


domingo, 24 de maio de 2015

Giro D’Italia 2015 – 15ª Etapa

A 15ª etapa, de Marostica até Madonna Di Campiglio, com 165 km, dificuldade 4 estrelas, dificuldade média-alta, com três montanhas, sendo a primeira categoria 2, seguida de outra categoria 1 e, por fim, a chegada em uma de categoria 1, foi dura como o esperado. A primeira montanha categoria 1, Passo Daone, com 8,4 km de extensão, e com inclinações médias que variam entre 6,1% a 11,3% (com máxima de 14%), já selecionou muito os atletas que comporiam o pelotão na última montanha. Após uma rápida descida, os ciclistas encararam a última montanha do dia, o monte de nome Madonna Di Campiglio, com 15,5 km e inclinações médias entre 2,8% a 6,7% (com máxima de 12%), que quebrou completamente o pelotão. As principais equipes, incluindo a Astana e a Thinkoff-Saxo dos líderes do Giro, Contador e Aru, compuseram o pelotão, que controlou bem as
fugas. Impressionante como o Contador tem a capacidade de se virar sozinho, pois faltando ainda 20 km para o final da etapa, restavam cinco ciclistas da Astana, incluindo Aru, mais uns poucos de outras equipes e o Alberto Contador. Não havia ninguém da Thinkoff-Saxo embalando o Contador. Aqui um parêntese para uma breve explicação. O principal inimigo dos ciclistas é o vento, sobretudo o vento frontal. Não é à toa que as fabricantes de bicicletas estão com modelos cada vez mais aerodinâmicos. No pelotão os ciclistas, exceto o que puxa o pelotão, não sofrem maiores efeitos do vento, e por isso mesmo pedalando na mesma velocidade dos ciclistas da fuga, ou um ciclista isolado (de cara pro vento), eles se poupam mais e são mais rápidos.
Daí o fato de que quando uma equipe vai embalar o seu principal ciclista, em uma dada etapa, eles fazem uma fila indiana deixando o tal ciclista por último, sendo esse poupado dos efeitos malévolos do vento o máximo de tempo possível. Assim, quem está à frente da fila dá tudo o que tem, de cara pro vento, fazendo uma baita força, até que não aguenta mais e se destaca do grupo, dando assim o seu papel para o próximo, que se esgota, e assim por diante até só restar o último.
Por isso a minha admiração ao Contador em ficar sozinho à frente. No final da montanha, depois de algumas trocas de ataques entre os que restavam à frente, Mikel Landa (Astana), Yuri Trofimov (Katusha), Contador (Thinkoff-Saxo) e Aru (Astana), terminaram a etapa nesta sequência. A classificação geral fica assim: Alberto Contador (Thinkoff-Saxo) veste a maglia rosa (1° na classificação geral), Elia Viviani (Sky) veste a maglia rossa (1° na classificação por pontos), Benat Intxausti (Movistar) veste a maglia azzurra (1° na classificação de montanhas) e Fabio Aru (Astana) veste a maglia bianca (1° classificação geral menor que 25 anos). Amanhã é dia de descanso, mas na terça-feira tem mais.



















Giro D’Italia 2015 – 14ª Etapa

A 14ª etapa do Giro 2015, de Treviso até Valdobbiadene, com 59,4 km, dificuldade 5 estrelas, difícil, um contrarrelógio bem longo. Um a um os ciclistas largaram, em ordem inversa à classificação geral, onde Contador largou em penúltimo e Fabio Aru em último. Uma etapa de contrarrelógio é ...bom é uma etapa de contrarrelógio. Nada acontece, mas para os que são especialista nesta modalidade, é hora de ganhar tempo. Como o Alberto Contador é um ciclista completo, além de um excepcional escalador (talvez o melhor da atualidade) é um excelente contrarrelogista, o que Fabio Aru não é. Vasil Kiryienka (Sky), um dos melhores ciclista nessa disciplina, foi o mais rápido no contrarrelógio, com Luis Leon Sanchez (Astana) em segundo e ele, Alberto Contador em terceiro, com Fabio Aru apenas em 29° lugar. Isso foi o suficiente para devolver à Contador a maglia rosa, agora com uma vantagem em relação a Aru de 2m28s.
A classificação geral fica assim: Alberto Contador (Thinkoff-Saxo) veste a maglia rosa (1° na classificação geral), Elia Viviani (Sky) veste a maglia rossa (1° na classificação por pontos), Benat Intxausti (Movistar) veste a maglia azzurra (1° na classificação de montanhas) e Fabio Aru (Astana) veste a maglia bianca (1° classificação geral menor que 25 anos). A 14ª etapa, de Marostica até Madonna Di Campiglio, com 165 km, dificuldade 4 estrelas, dificuldade média-alta, com três montanhas, sendo a primeira categoria 2, seguida de outra categoria 1 e, por fim, a chegada em uma de categoria 1. Como Contador é um excelente montanhista espera-se que ele amplie sua vantagem na classificação geral.


Giro D’Italia 2015 – 13ª Etapa

A 13ª etapa, de Montecchio Maggiore até Jesolo, com 147 km, dificuldade 1 estrela, uma etapa absolutamente plana. O fato de a etapa era plana, os spinters, em teoria, teriam uma vantagem, mas o fato de ser uma etapa muito longa, esses sprinters poderiam esgotarem suas forças antes do fim, caso dessem seu máximo o tempo todo. Aqui a vitória dependeria de cada um dos interessados. O pelotão não permitiu a formação fugas ou as permitiam apenas com uma pequena vantagem, de tal forma que todos chegariam juntos. A Thinkoff-Saxo, equipe do Contador, líder do Giro, que não possui sprinter para disputar o final, recuou e cuidou em proteger seu capitão de quaisquer problemas. Ironia pura. Faltando 3,2 km para o final um ciclista se desequilibrou, caiu e, como é comum nesses casos, levou consigo um monte de outros, incluindo Contador.
Existe uma zona, a partir dos 3 km para o final, que é considerado uma zona neutra e quem passa por esse marco tem o seu tempo igual ao pelotão em que estava, caso aconteça um furo, uma quebra ou uma queda. Assim, podemos dizer que Contador, que tinha uma vantagem de 13 segundos em relação ao segundo colocado na classificação geral (atrás de Fabio Aru), perdeu a maglia rosa por 200 metros. A queda de Contador o fez perder muito tempo em relação à Aru, pois o mesmo havia escapado da queda coletiva, mas nada que esse não pudesse contornar, já que as etapas subsequentes o favoreceriam, estando em melhor forma que Aru. A etapa terminou com Sacha Modolo (Lampre-Merida) em primeiro lugar e modificou a classificação geral, Fabio Aru (Astana) vestiu a maglia rosa, Elia Viviani (Sky) vestiu a maglia rossa, Benat Intxausti (Movistar) vestiu a maglia arrurra e Fabio Aru (Astana) vestiu a maglia bianca. A próxima etapa seria um contrarrelógio individual. 



quinta-feira, 21 de maio de 2015

Giro D’Italia 2015 – 12ª Etapa: um final emocionante

Tivemos hoje a 12ª etapa do Giro 2015, de Imola até Vicenza, com 190 km, dificuldade 3 estrelas, média, um etapa basicamente plana até 2/3 de seu percurso, onde no ultimo 1/3 houveram três montanhas categoria 4, pequenas, sendo o final da etapa no topo da última, o Monte Berico. Hoje não teve fuga. Até houveram ataques, mas os ciclistas não conseguiam abrir mais que alguns poucos minutos (às vezes só segundos) de vantagem do pelotão, que logo absorvia os fujões.
O pelotão, puxado quase toda a etapa pela Thinkoff-Saxo, estava à toda, com uma média horaria no primeiro 1/3 da etapa superior aos 50 km/h e no 2/3 superior aos 48 km/h. Essa velocidade só foi reduzida ao chegarem às metas de montanhas, por volta dos 130 km do início da etapa. Nessa última fase da etapa, as equipes se revezaram à frente do pelotão e houveram algumas fugas, cujos componentes estavam em busca dos pontos de montanha, mas nada muito inesperado. O destaque aqui, nas subidas intermediárias, ficou por conta de Benat Intxausti (Movistar) que conseguiu abrir uma vantagem suficiente para ganhar alguns pontos de montanhas, na tentativa de manter a posse da maglia azzurra, mas ficou por aí mesmo. Outro destaque foram alguns tombos e furos de pneus que ocorreram devido a dois fatores a chuva e as curvas fechadas das estradas. Sorte que nenhuma queda foi mais séria. O mais emocionante ficou para o final. Alguns ciclistas de desgarraram do pelotão em busca da vitória na etapa, só que um a um o pelotão foi absorvendo-os até que não restasse ninguém a frente, isso nos metros finais. Foi aí que, usando de um timing perfeito, Felipe Gilbert (BMC) lançou um ataque nos metros finais, um sprint final (com tudo restava de gás), e cruzou a linha de chegada em primeiro lugar.
Mas não foi só isso. Alberto Contador surpreendeu a todos cruzando a linha em segundo lugar, depois de deixar Fabio Aru bem para trás, conquistando um bônus de tempo, que o permitiu ampliar a sua vantagem em relação a Aru (que só chegou em 26°) para 17 segundos. Contador permanece como favorito por ser de longe o ciclista mais regular do Giro 2015, sempre chegando entre os primeiros e também por ainda restarem muitas montanhas pela frente e subi-las é sua especialidade. A classificação geral fica assim: Alberto Contador (Thinkoff-Saxo) veste a maglia rosa (1° na classificação geral), Nicola Boem (Bardiani) veste a maglia rossa (1° na classificação por pontos), Benat Intxausti (Movistar) veste a maglia azzurra (1° na classificação de montanhas) e Fabio Aru (Astana) veste a maglia bianca (1° classificação geral menor que 25 anos). A 13ª etapa, de Montecchio Maggiore até Jesolo, com 147 km, dificuldade 1 estrela, é um plano só, absolutamente plana, o que deve permitir aos sprints uma chance de vitória e tornar a prova bem rápida.



quarta-feira, 20 de maio de 2015

Giro D’Italia 2015 – 11ª Etapa: uma etapa que faz lembrar de Senna

Hoje ocorreu 11ª etapa do Giro 2015, de Forlì a Imola, com um percurso de 153 km, uma etapa com classificação 3 estrelas, dificuldade média. Foi uma etapa rápida, devido a uma média horária de 39,1 km/h, que tem um destaque por terminar no autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Imola, em que, em 1994, morreu o Ayrton Senna em um trágico acidente. Na verdade, ao final da etapa, haveriam 3 voltas em um trajeto misto, com partes das vias ao redor do autódromo e com partes do próprio circuito de Imola. Foi uma etapa em que a fuga se manteve à frente desde o início da etapa, com um destaque para o russo Ilnur Zakarin (Katusha) que se desgarrou da fuga e seguiu sozinho até a vitória. Outro destaque ficou pelo fato de, faltando 6,5 km, o Contador atacou, em uma subida, se desgarrando do pelotão, e o Aru não conseguiu acompanha-lo, mostrando que o contador ainda é superior nas subidas, com suas arrancadas pedalando de pé na bike. Mas esse ataque durou pouco, pois o pelotão se reagrupou logo, uns 2 km depois. 
Acredita-se que ele (Contador) proferiu o tal ataque só para mostrar que está recuperado o tombo (em que descocou o ombro) e para testar a resistência do pelotão, especialmente de Fabio Aru segundo colocado na classificação geral. A prova terminou com Ilnur Zakarin (Katusha) em primeiro lugar, seguido Carlos Betancur (AG2R) e Franco Pellizotti (Androni-Sidermec). Murilo Fischer (FDJ), o único brasileiro que é ciclista do World Tour, fez um bonita homenagem ao Ayrton Senna, usando uma capacete personalizado com as cores características usadas por Senna em seu próprio capacete e com o nome "Senna" pintado nele.  A classificação geral fica assim: Alberto Contador (Thinkoff-Saxo) veste a maglia rosa (1° na classificação geral),
mas só está 3 segundos à frente de Fabio Aru (Astana), Nicola Boem (Bardiani) veste a maglia rossa (1° na classificação por pontos), Benat Intxausti (Movistar) veste a maglia azzurra (1° na classificação de montanhas) e Fabio Aru (Astana) veste a maglia bianca (1° classificação geral menor que 25 anos). A 12ª etapa, de Imola até Vicenza, com 190 km, dificuldade 3 estrelas, média, que começa plana e assim permanece até o 190 km e depois tem 3 montanhas categoria 4, com o final no topo da última, o Monte Berico. 



terça-feira, 19 de maio de 2015

Giro D’Italia 2015 – 10ª Etapa

Depois do dia de descanso ocorreu a 10ª etapa do Giro 2015, de Civitanova Marche até Forlì Benevento, com um percurso de 200 km, uma etapa com classificação 1 estrela, dificuldade fácil, com uma meta de montanha (categoria 4), mas uma etapa plana. A etapa teve uma média horária de 45,7 km/h e mais uma vez a fuga ganhou. Foi uma prova sem maiores emoções. A prova terminou com Nicola Boem (Bardiani) em primeiro lugar, seguido Matteo Busato (Southeast Pro Cycling) e Alessandro Malaguti (Vini Fantini-Nippo). A classificação geral fica assim: Alberto Contador (Thinkoff-Saxo) veste a maglia rosa (1° na classificação geral), mas só está 3 segundos à frente de Fabio Aru (Astana), Nicola Boem (Bardiani) veste a maglia rossa (1° na classificação por pontos), Simon Geschke (Giant-Alpecin) veste a maglia azzurra (1° na classificação de montanhas) e Fabio Aru (Astana) veste a maglia bianca (1° classificação geral menor que 25 anos).
A 11ª etapa, de Forlì até Imola, com 153 km, dificuldade 3 estrelas, é cheia de subidas e descidas, com duas metas de Sprint e duas metas de montanha e pode mexer um pouco na classificação geral.












A expedição ao Ponto G

Participo de dois grupos de MTB, aqui na minha cidade, cujo objetivo é integrar os ciclistas, motivar, panejar rotas, propor desafios e promover o ciclismo aqui. São basicamente “clubes” de ciclistas, que se reúnem para dar umas pedaladas por aqui e ali. Um dos grupos é o Bikevasf, que fundamos e estamos tentando pôr para frente, clube que está intimamente relacionado com a nossa equipe oficial, a CPP BIKE TEAM. O outro clube se chama “Bike do Sábado”, um grupo bem seleto e pequeno que, como o nome pressupõe, sempre sai para pedalar aos sábados. Toda semana, entre a quarta e sexta, planejamos

qual será o destino do próximo sábado. Partimos de sugestões e votamos em qual achamos melhor, a maioria decide. Nesta semana, como sempre, estávamos debatendo qual rota segui quando o René interpelou e disse: “Pessoal, a Google, há algum tempo, lançou um desafio para que pessoas, ao redor do mundo, encontrassem localizações geográficas específicas, onde os paralelos encontram os meridianos, em valores inteiros, redondos (números inteiros), onde essas pessoas têm que fotografar o local e provar que estiveram lá através
de GPS”. Na verdade, originalmente, o projeto se chama "The degree of confluence" e tem como objetivo visitar cada uma das interseções de latitude e longitude graus inteiro no mundo, e para tirar fotos em cada local. Aqui um parêntese para uma explicação (mania de professor). Sabe-se que as coordenadas geográficas são um sistema de linhas imaginárias traçadas sobre o globo terrestre. É através da interseção de um meridiano com um paralelo que podemos localizar cada ponto da superfície da Terra. Os paralelos são linhas paralelas ao Equador, sendo que a própria linha imaginária do Equador é um paralelo. Já os meridianos são linhas perpendiculares ao Equador que vão do Pólo Norte ao Pólo Sul e cruzam com os paralelos.
Nas coordenadas geográficas, a latitude é a distância ao Equador medida ao longo do meridiano de Greenwich. Esta distância mede-se em graus, podendo variar entre 0º e 90º para Norte ou para Sul. A longitude é a distância ao meridiano de Greenwich medida ao longo do Equador. Esta distância mede-se em graus, podendo variar entre 0º e 180º para Leste ou para Oeste. O padrão de coordenadas, latitudes e longitudes, é expresso em graus (°), minutos (‘) e
segundos (“), como exemplo: minha casa está localizada S 9°24’097” W 40°28’641”. Por favor, caso você tenha um míssil teleguiado, não apontem para cá. O René disse ainda que àquelas pessoas que conseguiam alcançar o objetivo de georeferenciar esses locais definidos pela Google tinham os seus nomes registrados como os primeiros a fazê-lo. Havia um ponto, próximo a nossa localidade, que estava em aberto, isso é, que ninguém havia “desbravado” ainda. As coordenadas eram: Sul (S) 9°00’000” e Oeste (W)
41°00’000”. O desafio estava lançado, iriamos tentar chegar a essas coordena,das e fazer a geomarcação. O Lucas batizou o projeto como sendo “A Expedição Ponto G”, já que o G remetia a Google. Todos concordaram (às risadas). Começamos o dia cedo, na madrugada do sábado, acordamos entre às 4:00 e 4:30 para organizar as bikes e as tralhas que levaríamos. Bem cedo tivemos a notícia de nossa primeira (e única) baixa: o Fred. Nosso renomado companheiro estava passando mal e desistiu da expedição. Sentimos muito a sua falta, mas alguém tinha que cumprir a tarefa e esses seriamos nós: eu, René, Lucas e um companheiro ciclista local (de Casa Nova) o Ricardo. Ainda escuro nos dirigimos ao ponto de encontro, em Petrolina, que seria em frente ao prédio residencial do Lucas. A nossaaventura começava na cidade de Casa Nova-BA, cidade do Ricardo, e para isso deveríamos fazer a primeira perna, de Petrolina-PE até Casa Nova, de carro. O Lucas possui um belo reboque-transbike,
onde cabem 6 bikes, que acomodaram as magrelas e nos levou até Casa Nova. Lá chegando, paramos em um posto de combustível, onde deixamos o carro e o reboque, nos encontramos com o Ricardo, posamos para a foto inicial e nos preparamos para sair. René deu uma última conferida no GPS e nos mapas e saímos em direção ao povoado Poço da Pedra. Logo na saída da cidade, paramos para mais umas fotos. O cenário, apesar de belo, era um pouco desanimador, pois o pano de fundo era uma ponte que serve para atravessar uma parte do lago de Sobradinho e não havia água corrente (havia muito pouca água parada) por sob essa ponte. Aqui a água também está em baixa. Vamos para frente. Logo no início do estradão, que nós nos embrenhamos, percebi que a pedalada ia ser dura (só não imaginava quão dura). Muita areia frouxa e pedras soltas e logo avistei a primeira subida. Em nossa cidade, Petrolina, não temos relevos acentuados, na verdade não temos relevo algum, é uma cidade muito plana e isso é algo bom e ruim. Bom porque não há muito esforço para ir
por ali e acola e ruim pois quando enfrentamos uma subida falta-nos perna (pelo menos para mim, o René e o Ricardo pareciam estar em um parque de diversão, sem nem fazer esforço, subindo e descendo no mesmo ritmo). Parecíamos estar em uma montanha russa, sobe e desce, sobe e desce, sobe e desce. A cada descida eu vibrava com os solavancos (minhas suspensões funcionaram sublimemente) e sentia o vento no rosto por conta da velocidade, que variava de descida para descida, entre 40-60 km/h (era de dar medo). Entretanto, logo após a descida, vinha uma subida tão íngreme quanto e aí a velocidade era a de uma tartaruga centenária com três pernas. Vez por outra, tinha uma
descida que nos dava velocidade o suficiente para vencer 60-70% da próxima subida, mas outras vez não tínhamos esse luxo. Cada subida vencida, em cima da bike, era comemorada, algumas até mereceram fotos, onde os companheiros que primeiro subiam fotografavam os que estavam a subir mais lentamente. Depois de uns 24 km chegamos ao vilarejo Pedra do Poço, uma comunidade pequena e muito simpática. Paramos em frente à casa de Dona Maria a quem perguntamos sobre a rota para a fazenda que estávamos intentos a chegar. Ela nos explicou as opções de estradas e nos deu umas referencias, o René conferiu no mapa, posamos para uma foto com Dona Maria ao nosso
lado e seguimos em frente. Estávamos realmente no caminho certo. O mais curioso foi responder a uma indagação de Dona Maria, ela nos perguntou: “mas para onde vocês querem ir mesmo”? Então nos pusemos a explicar o que vínhamos fazer, sobre o tal do “ponto G”, de GPS e tudo mais. Mas René (ou não sei se foi o Lucas) deu a melhor explicação: “nós estamos atrás de algo que não perdemos”. Antes de sairmos do vilarejo eis que corre em nosso encontro uma segunda moradora e nos entrega duas garrafas de água congelada. Uma coisa que passar de bike pelas pequenas comunidades e cidadezinhas nos
permite é nos sentirmos acolhidos. A simpatia do povo é impagável. Vamos em frente, para mais uma volta na montanha russa. Numa dada ladeira, o René e o Ricardo desceram a toda e eu segui logo atrás deles, mas ao termino da descida, ao olhar para trás não vi o Lucas. Inicialmente pensei que ele tinha ficado para trás por algum motivo, assim eu voltei para checar, mas não o encontrei. Gritei algumas vezes e nada. Daí pensei: “será que ele me ultrapassou e nem vi e está lá na frente com os outros”? Segui em frente até encontrar o René e o Ricardo e constatar que o Lucas não estava com eles. Voltamos os três. Comecei
a ficar preocupado, pensando no que poderia ter ocorrido. Quando isso ocorre, um fica para trás, é de praxe que quase de imediato paremos e voltemos, mas devido a ladeira íngreme que descemos só me dei conta do desaparecimento do Lucas um bom 1 km adiante. Esperávamos que nada de grave tivesse ocorrido. Ao chegarmos a dita cuja ladeira encontramos o Lucas empurrando a bike. Devido à alta velocidade que atingíamos nas descidas e a existência de muitas pedras de tamanhos sortidos ao caminho, sempre tememos o pior: uma queda grave. Ufa,mas ele estava bem. O problema tinha sido a corrente que quebrou. Nos pusemos a concertar a bike dele e tão breve o havíamos feito, seguimos em frente. Estávamos perto. Mais algumas fotos e nos pomos a rodar novamente. Chegamos a uma
propriedade, de um antigo prefeito do lugar, onde segundo o GPS estávamos perto de nosso objetivo, mas como tínhamos que abandonar a estrada e adentrar em um campo da propriedade. Então fomos em busca da autorização para fazermos a incursão. Encontramos um morador local que nos indicou a casa do gerente da fazenda e nos ajudou a pedir a autorização. Aqui, neste momento, mais uma vez, houve a necessidade de explicarmos o porque estávamos ali. Lá fomos nós novamente: GPS, Google, gente desocupada, fotografia, geomarcação, latitude e longitude. Acho que o pessoal pensou, com uma certa razão, que
somos loucos (kkkkkkk). O Ricardo foi com ele à casa do gerente, com o mapa e o GPS à mão, enquanto ficamos, os outros, a conversar sob uma tênue sombra de uma arvore de pouca folhagem. Esperamos e esperamos, até que recebemos a notícia que podíamos prosseguir. Agora não havia estrada, eram trilhas (quando havia) de animais e muitos arbustos secos pelo nosso caminho. Estávamos a pouco mais de 4 km do ponto G. A medida que avançávamos eu penava em quão significativo e empolgante era aquilo (pelo menos para mim). Como demorei muito para possuir uma bicicleta e só recentemente comecei a andar em uma MTB de verdade, desbravando trilhas, passando por obstáculos, redescobrindo o menino em mim, é tudo novo para mim. Tudo é um desafio. Um buraco, uma manobra mais ariscada, um drop, um obstáculo bobo, na verdade nada é bobo para mim, tudo é novo e empolgante. Me senti feliz e livre como nunca me senti antes e isso é a bike que proporciona (junto dos amigos). Seguimos até uma cerca, muito bem construída (diga-se de passagem), em que tivemos a necessidade de deixar as bikes para trás e seguir a pé até o dito ponto G. Com os GPS às mãos era chegada a hora de caminhar. Foram
mais de 30 min, e um pouco mais de 3 km, até chegarmos ao ponto G. Ao chegarmos lá (bem próximo ao ponto), começamos uma dança esquisita: dois passinhos pra lá, três passinhos pra cá, um giro e voilà, chegamos! O motivo da dancinha era ficar exatamente nas coordenadas, com todos os zeros (em minutos e segundos) aparecendo depois dos graus inteiros, isto é, queríamos estar exatamente em S 9° 00’:00” e W 41° 00’:00” e assim foi. Conseguimos! Mais fotos, para o registro oficial (que será enviado a Google), mais umas piadas de como é difícil achar esse tal de ponto G, mesmo com o GPS e assim foi. Agora era hora de voltar e algo nos incomodava: tínhamos que passar por tudo aquilo novamente (subidas, descidas e km e mais km de estrada). Tínhamos pouca água, pouca comida e muito cansaço. Mas, tínhamos que ir em frente, ou melhor dizendo, para trás. Depois de voltar 15 km, chegamos novamente a comunidade da Pedra do Poço e nos dirigimos o mais rapidamente para um bar, onde íamos em busca do liquido mais precioso para quem está com sede, como nós estávamos: a Coca-Cola! Pensou em água, não foi? Bebemos dela também, mas só depois de 2 litros do veneno negro. Aqui estávamos em uma encruzilhada. Estávamos mortos de cansados, desgastados e atrasados (em relação ao
cronograma inicial) e ainda restavam mais 20 km até Casa Nova, onde o carro e o reboque estavam. O calor estava de matar e o Lucas estava com uma baita enxaqueca. Tínhamos duas escolhas: reabastecer e voltar de bike ou arranjar uma carona para Casa Nova. Nós analisamos e decidimos pegar a carona. A dona do bar, mais uma moradora de simpatia e atenção para conosco extrema, foi até a casa de um senhor que possuía um caminhão, que pegava frente, e conversou com ele. Pronto, havíamos conseguido nossa carona. Mas o Sr.
do caminhão iria demorar um pouco até poder nos levar. René e Ricardo, os dois em melhor forma, decidiram que iriam continuar de bike até o ponto onde nos encontrássemos na estrada e eu e o Lucas decidimos esperar o Sr. do caminhão e alcança-los (de caminhão) para seguirmos juntos em cima da carroceria. Os mais brutos se foram e nós (Lucas e eu) esperamos um pouco pelo Sr. do caminhão. Num dado momento, antes da saída dos nossos companheiros de bike, quando Sr. do caminhão estava próximo de nós, enquanto René e Ricardo estavam montados nas bikes, a Sra. Dona do bar gritou, para tranquilizar o Sr. do caminhão, frente a cena de dois de nós em cima das bikes
e prontos para sair, e garantir que seguiríamos o plano inicial (de ir de caminhão) a seguinte frase: “Eles vão na frente, mas o velho tá doente e vai com o Sr.”. Aqui houve um arroubo de risos, sendo o Lucas reconhecido como o “veio doente”. Quando chegou o momento, pusemos nossas bikes no caminhão e nos pusemos à estrada. Os nossos amigos percorreram mais de 10 km até que os encontramos. Todos juntos novamente, desfrutamos da carona até a cidade. Neste momento, contado quantas subidas ainda teríamos pela frente, eu e o Lucas tivemos a certeza de que não teríamos conseguido voltar nas bikes. Fizemos
a escolha certa. Chegamos à Casa Nova, descemos do caminhão e recolocamos as bikes no reboque. Decidimos, pela hora, que almoçaríamos ali, num restaurante próximo. Nos confraternizamos, tomamos uma cerveja gelada, almoçamos, relembramos alguns momentos da aventura, nos despedimos do Ricardo, agradecendo a ele pela gentileza de ser nosso anfitrião e guia, e nos pusemos em movimento novamente, em direção a Petrolina. No caminho de volta comentávamos sobre a Expedição ponto G e como foi bom aquele dia de pedal. Chegamos em nossa cidade e cada um cuidou de ir para sua casa. Despedidas. Aqui deixo-os com minha impressão sobre a expedição: foi dura, mas muito significativa. Algo que ficará por muito tempo em minha memória. Que venham outras. Uma atualização: Em 21/05/2015 o "The Degree of Confluence" aceitou nossos dados de GPS e fotos, considerando que o ponto 9°S 41°W está completo, foi visitado oficialmente, e agora fazemos parte de um seleto grupo de visitantes dessas coordenadas inteiras. Para saber mais e acessar as informações do The Degree of Confluence acesse http://confluence.org/confluence.php?id=3980, e especificamente para ver a descrição de nossa expedição visite http://confluence.org/confluence.php?lat=-9&lon=-41