terça-feira, 15 de março de 2016

Correr é preciso

Hoje foi dia de correr, e eu corri. Nunca gostei de correr, desde o tempo da Educação Física, no Colégio Francisca Mendes, na minha cidade natal (Catolé do Rocha-PB), onde fiz o meu ensino primário (básico). Me lembro daquele tempo, onde as vezes, tínhamos de correr pela cidade ou ao redor da praça em frente ao Colégio, que na época era um terreno de chão batido, de terras vermelhas, com arvores velhas e mortas, com uma quadra de vôlei de areia e um obelisco caindo aos pedaços no centro. Hoje é ela é muito diferente, muito bonita, depois de uma reforma feia na década de 90, quando já cursava o ensino médio. Calculo, hoje, que uma volta no perímetro daquela praça daria uns 500 m e tínhamos de dar algumas (não sei quantas) voltas na praça. Quando o circuito de corrida era pelas ruas da cidade, corríamos ao som de uma canção militar (achava eu), entoada pelo nosso professor de Ed. Física e acompanhada em coro pelos seus alunos (nós), que era um pouco esquisita. Me lembro de ter passado por certos momentos de constrangimento cantando “Fli Flai. Fli Fli. Fli-flai. Fli-flai. Fli-flai-flu. Fli-flai-flu. Tumba Tumba. Tumba lá lá. Tumba lá lá. Tumba lá lá vista. Tumba lá lá. Tumba lá lá. Tumba lá lá vista” pelas ruas da cidade. 
De toda forma, não importando o circuito, era sempre sofrível correr. Nunca gostei daquilo, não sei se pelo esforço ou pela obrigatoriedade de correr nas aulas de Ed. Física, mas o fato era que eu odiava. Mais recentemente, após iniciar minhas novas andanças de bike (há pouco mais de 2 anos), o passo seguinte foi participar das corridas de aventuras organizadas pelo pessoal daqui e daí em diante percebi que a tal da “corrida” faria parte da minha vida novamente. Comecei a correr na metade do ano passado, 7 meses atrás, e no início eu andava mais que corria, encarando aquilo como um remédio de gosto ruim, que eu tinha de tomar, mas que me faria melhorar na bike e nas nossas aventuras. 
Hoje em dia, corro 6,5 km sem parar, a um bom “pace” (5,5 min/km) e já cheguei a correr mais de 10 km a 6 min/km. Até competi numa corrida de rua, com 5 km de distância (em 23 min cravados), que foi de longe a minha melhor marca (4,6 min/km). Neste dia quase desmaiei de tão cansado ao fim da prova, mas a sensação foi de total satisfação e estase por ter conseguido beliscar o troféu de 3° lugar na minha categoria (por 15 segundos ele não foi meu). O fato é que acho que melhorei no geral, intercalando 2 treinos de corrida, durante a semana, com os meus pedais, e por incrível que pareça (para mim) estou até gostando de correr. Por essa eu não esperava. Uma constante nas minhas corridas é o esforço de correr, era grande na minha infância, foi grande quando eu comecei a andar e correr, alternadamente, míseros 4 km e é grande hoje, em que consigo correr mais de 10 km sem parar. A grande diferença é que agora me sinto bem em sofrer correndo, aceito a dor nas pernas com gratidão, ao final da corrida, e sorrio cada vez que chego em casa ensopado de suor. Pois é, hoje foi dia de correr, e eu corri.

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