domingo, 19 de abril de 2015

“Cuidado carbono: os quadros de alumínio estão retornando?”

Para os aficionados em carbono, eis uma boa matéria que põe em cheque, ou pelo menos em dúvida, essa suposta superioridade dos quadros de carbono em relação aos de alumínio. A matéria foi publicada pela renomada revista Cycling Weekly.
Segundo a matéria “as ligas podem representar o renascimento de bicicletas de alumínio depois dele ser empurrado para fora do centro das atenções pela fibra de carbono”.
O fato é baseado em algumas quebras do paradigma atual. Por exemplo, “se dermos uma olhada na lista de bicicletas de estrada top de linha, de vários fabricantes, você notará uma esquisitice: a Specialized S-Works Allez, por exemplo, é uma máquina que vem equipada com uma lista de componentes de especificações de dar água na boca, que inclui um grupo Shimano Dura Ace Di2 e rodas de carbono Roval Rapide e custa R$ 34 mil. Até agora tudo certo, mas há um detalhe: o quadro não é feito em fibra de carbono e sim em alumínio”, e outros fabricantes como a Cannondale e a Canyon també têm road bikes top de linha em alumínio.
O apelo para o uso de fibra de carbono na fabricação de quadros para bikes reside no fato que ele permite um quadro leve e, se construído com cuidado, a bike pode ser lateralmente rígida e verticalmente complacente. Aqui vale uma explicação. A rigidez dita no artigo se refere a capacidade de resistir melhor às torções laterais, o que torna a bike mais estável em curvas. Já o que é chamado de complacência vertical é a capacidade do quadro de absorver os impactos verticais gerados pela passagem da bike sobre obstáculos e pequenas deformidades no asfalto, o que é excelente para uma road bike, já que ela não dispõe de amortecedores para tanto (pelo menos a maioria), o que gera um maior conforto para o ciclista. Essa segunda característica é inerente a capacidade de flexibilidade gerada pela fibra de carbono. Outra coisa é que os quadros em fibra de carbono não têm soldas em suas junções e por isso dão ao quadro uma suavidade nas linhas, como se o quadro fosse uma peça só, o que é muito vistoso e bonito.

Mas o que aconteceu na última década que pode mudar um pouco esse cenário? A tecnologia atual permite moldar, formar e montar quadros de alumínio de uma forma jamais vista. Hoje os quadros em alumínio, em suas junções, são tão lisos e suaves como os de carbono. Outro ponto é o peso. Há ligas de alumínio que podem serem usadas na manufatura de quadros tão leves quanto os de carbono, como alguns que alcançaram a marca magica de apenas 1 kg. Como as ligas de alumínio não possuem muita elasticidade à deformação, os quadros feitos com essas ligas são rígidos à torção. Por fim, o preço. A liga de alumínio é muito mais barata e fácil se ser manipulada que a fibra de carbono. O único ponto contra os quadros de alumínio, se acompanhou a narrativa até aqui, seria a falta de complacência vertical. Mas para resolver esse problema, muitos fabricantes têm usado garfos, guidões e canotes de selim de fibra de carbono para absorver os impactos verticais, bem como têm equipado as suas bikes de alumínio com rodas em fibra de carbono com pneus mais largos e altos (25 mm em vez de 23 mm). Uma vantagem do quadro construído em alumínio é que ele resiste a impactos diretos que poderiam fraturar, ou quebrar, os de fibra de carbono, e dessa forma, caso haja necessidade de concerto da estrutura, é mais simples e fácil consertar o alumínio que o carbono. Além disso, a maioria dos quadros de carbono só suportam um peso, ou pelo menos é uma indicação de sus fabricantes, de até 90 kg enquanto os de alumínio podem até 120 kg. Talvez por isso os quadros de alumínio ainda tenham os seus dias de gloria de volta, como quando eles substituíram os de cromo-molibdênio das décadas de 70-80. A matéria original pode ser acessada neste link

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