quinta-feira, 4 de maio de 2017

Treino de corrida com roupa colada?!

Após a Meia Maratona de Tiradentes os treinos se voltaram para a Asics Golden Run, que é a prova-meta desse semestre. Nestes 15 dias, após a Tiradentes, os treinos se intensificaram, reduzindo  o volume e aumentando a intensidade, o que torna-os nada confortáveis. Até o treino longo de sábado ficou mais "intenso" (ô palavra de meu ódio), pois tive que fazer os 17 km entre Z4-Z5, que o tornou especialmente duro. Neste último longão de sábado, corri com uma camiseta da Nike, em Dryfit, mas mesmo sendo uma roupa supostamente própria para correr, o atrito constante dela sobre os mamilos e um ponto nas minhas costas (onde fica a etiqueta da camiseta) me feriu feio. Meus mamilos ficaram em carne viva e a citada área nas costas também. Não foi a primeira vez que os mamilos ficaram feridos, mas dessa vez o estrago foi maior. No domingo, fui ao shopping, mas precisamente na loja da Lupo, em busca de roupas que evitassem novos episódios do que aconteceu no sábado. Saí de lá com duas camisetas, uma de manga longa e outra sem manga, feitas de um tecido especial, com proteção UV, que gruda na pele e que prometia conforto térmico e zero de atrito. Também ocorreu que, na Tiradentes, fiquei com uma assadura por atrito na parte interna das coxas, na região próxima a virilha, e por isso também comprei uma bermuda, com as mesmas características das camisetas, para se usar sem cuecas. Bom, hoje decidi experimentar essas roupas especiais para corrida, escolhendo sair de casa vestindo a bermuda e a camiseta sem manga, ambas pretas e totalmente coladas no corpo. O treino hoje foi um Fartlek (alternâncias, em tempos/distâncias aleatórios, entre tiros e trotes), mas o que me incomodou mesmo foi a roupa. Não que ela fosse desconfortável, longe disso e justamente o contrário, ela cumpriu tudo o que prometeu, o desconforto ficou pelo fato de ser colada no corpo. Algumas coisas curiosas ocorreram durante a corrida, como por exemplo, o fato de um Mormo ter passado por mim e após uma olhada de cima a baixo lambeu os lábios. Neste momento, eu tinha acabado de dar um tiro, mas, mesmo cansando, decidi que era hora de dar outra arrancada. Mais para frente um senhor de idade, que passava caminhando, me deu um olhar nitidamente de reprovação. Um outro senhor, mais adiante, me deu um sinal de “legal" (thumb up). Houveram alguns olhares de indiferença e outros eram de curiosidade. Ainda ganhei um “fiu-fiu” de minha esposa ao chegar em casa. Brincadeiras a parte, a última vez que eu havia saído de casa com uma camiseta colada ao corpo eu tinha 20 anos, era tempo que a ‘babylook' era moda e eu tinha uma branca que gostava de usar para ir para a boate, pois achava massa o efeito da luz negra sobre ela e porque eu não tinha uma pança para me envergonhar. Depois de 20 anos estou eu novamente usando uma roupa colada, por razões diferentes (agora esportivas), sem vergonha de usa-la, na verdade com orgulho de poder usar, pois fiz por merecer. Saí do ócio, venci a inércia, voltei a me exercitar, perdi 20 kg (com saúde), me apaixonei pelo MTB e agora pela corrida e tudo isso me trouxe de volta a autoestima, meu corpo de 20 anos atrás e a vontade de vencer, de me superar e é isso que eu tenho feito diariamente. Vamos em frente!

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