terça-feira, 5 de abril de 2016

Pedalar sozinho

Muitos de nós pedalamos sozinhos por aí, isso se dá por vários motivos: horários inconiventes, agenda apertada, falta de companheiros com disposição para nos acompanhar, metas especificas para os treinos, etc. O fato é que há vantagens e desvantagens de se treinar sozinho. Na minha opinião, pedalar sozinho, às vezes, é um mal necessário (às vezes uma boa). Pedalando sozinho você determina o seu ritmo, vai para onde quiser, sai a hora que quiser, não tem de esperar por ninguém, para ou não segundo sua conveniência. Muitos de nós treinam sozinhos, pois isso funciona, porque nos encontramos em uma maior intimidade com nosso corpo, porque ele nos diz até onde ir e em que ritmo.
A disciplina necessária para treinar só é a mesma necessária para acordar cedo, preparar as suas tralhas com antecedência, planejar o que fazer e como fazer, treinar duro, em si. A pedalada “solo” é introspectiva, é intima, ela conecta você você a sua bike da mesma forma que o pedal-clip, ali só há você, ela, a estrada e seus objetivos. Muitos, se não a maioria, dos ciclistas treinam sozinhos, mas nem tudo são flores em se treinar só. Pedalar sozinho às vezes é tedioso, solitário, desmotivador. O ritmo é ditado por você, por isso, algumas vezes, você ficará na sua zona de conforto. Por ir sozinho, às vezes bate aquela preguiça e você desiste em cima da hora, afinal de contas ninguém está contando com você e nem lhe esperando para ir pedalar. É tedioso, sobretudo quando o circuito é conhecido e você o faz constantemente. Alguém me disse uma vez que devemos alternar entre lugares a pedalar, mas as vezes isso traz umas complicações, já que sair sozinho para um local onde você não está habituado a ir pode ser potencialmente arriscado. O fato de pedalar pelos mesmos lugares, mesmos circuitos e trechos, permite observar a sua evolução e isso pode ser útil, mas as vezes é chato. Pedalar sozinho é potencialmente perigoso e arriscado. Sim, sobretudo tendo que dividir a pista com os motoristas que temos. Você pode sofrer um tombo, pode sofrer escoriações, quebrar um osso e não ter ninguém para ajudá-lo. Pode ser menos grave, como quebrar a bike, ter problemas mecânicos, ou outros relacionados à bike e ficar à mercê da sorte.

Tem também os roubos. Andar em grupo pode desencorajar meliantes que desejam a sua bike, enquanto pedalar sozinho pode contrariamente encorajar o delinquente a tentar tirá-la de você. Acho que para um ciclista, que ama a sua magrela, não deve haver nada mais revoltante, triste e desolador que ver um sujeito a levar sua bike em um assalto. Deve ser terrível. Bom treinar sozinho pode te levar a conhecer essa sensação. Mas, quem não se arrisca, não treina. Se ficarmos pensando em tudo que nos pode acontecer de ruim em pedalar, em praticar o ciclismo, nem sairíamos de casa. O fato é que treinar é preciso. Algumas dicas, que eu jugo boas, para quem tem, ou quer treinar sozinho, são: sempre avise em casa para onde vai (percurso) e que horas você acha que chegará em casa; dê preferência às estradas que são “movimentadas” (nem tanto, nem tão pouco), sobretudo as que outros ciclistas treinam (em caso de problemas, ajuda sempre é bem-vinda); mantenha sua bike sempre em boas condições; leve sempre consigo àquilo que precisar para o percurso (comida, água, dinheiro, câmara extra, bomba, ferramentas, etc.) para não ficar no prego; obedeça as regras de transito, mesmo que os outros não o façam; esteja sempre atento (evite ir pedalar com os pés clipados e a cabeça nas nuvens); seja intuitivo e crie suas próprias regras de precaução. Me lembro agora de uma letra de uma música dos Engenheiros do Hawaii que combina com o texto: “ando só, pois só eu sei andar, sem saber até quando. Ando só”. Pedale só ou pedale acompanhado, mas pedale, pois pedalar é incrível. 

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